terça-feira, 10 de novembro de 2009

HISTÓRIA SOCIAL UMA PESQUISA REGIONAL E LOCAL

HISTÓRIA SOCIAL UMA PESQUISA REGIONAL E LOCAL




Ao estudarmos a História Social passamos a entender melhor o cotidiano em nossa sociedade e porque simples fato isolado ou não pode interferir em todo um sistema social ao passar do tempo, Portanto através da história regional e local nos foi permitido desvendar a nossa historiografia através de um contexto despercebido por muitos e como ela foi formulada ao passar dos anos em nossa sociedade.

Abraçar as novas abordagens metodológicas da História Social é algo realmente premente para se redefinir e reescrever, de forma honesta, a nossa história. Para isso, os métodos investigativos, individualizados e humanizados, além da aproximação com outras ciências, tornam possível o processo de democratização da história, passo fundamental para algo muito maior.

Utilizando este sistema de pesquisa regional e local em uma das festas mais populares do município de Santa Inês-Ba que é a festa de 21 de janeiro sendo basicamente a procissão da padroeira no dia 21 de janeiro e a lavagem das escadarias da Igreja Católicas Matrizes no primeiro domingo de Janeiro, podemos entender melhor como funciona o sincretismo religioso existente entre o Catolicismo e a religião Afro “Candomblé” na festa da padroeira da mesma.

Utilizando um sistema simples de pesquisa basicamente a oral, entrevistamos e relatamos um grupo de pessoas que conhecem todo o funcionamento da festa e que são Católicos e de outras pessoas de fora do contexto, como os protestantes na figura de duas pessoas, um Pastor da Igreja Lírio dos Vales e o outro um Fiel da mesma igreja, mas que, porém é morador da cidade há muitos anos, sendo toda sua família oriunda da mesma, com esta pesquisa podemos avaliar este sincretismo religioso de todos os anglos.

Vimos que toda essa tradição que envolvi a festa da padroeira e lavagem da escadaria da igreja, já perdera a sua real motivação com o passar do tempo, que agora estar presa apenas na procissão da padroeira sendo esta a única ainda com o seu objetivo, pois a lavagem da escadaria da Igreja Católica não tem mais o seu real sentido que era a de lavar a Igreja que na época não se tinha água da EMBASA na cidade, sendo agora apenas para muitos, farra e para outros, desrespeito a religião.

Como nós temos uma história conhecida como História Política, que por este novo olhar da história social passa a ser, do fazer, política, onde aqui o político não respeita mais a historiografia de uma sociedade só em apenas saciar a vontade de um grupo de pessoas que pensam apenas em se gratificar economicamente com tudo isso.

Com está pesquisa desvendamos muito sobre uma história popular local e que como toda história sofre interferências em seu curso seja ela de um único individuo ou de uma coletividade, vimos que em uma pequena localidade temos muitas fontes orais que nos revelam toda a sua história, bastando apenas coletá-las na sociedade.

Portanto, possuímos um grande arsenal de fontes históricas sobre as quais os historiadores necessitam de muita paciência e astúcia para manuseá-las em nossa sociedade, não podemos deixar que passem por despercebidos fontes que para muitos não tem nenhum valor, mais na verdade ali pode estar a História de todo um povo.

Imperialismo cultural



Imperialismo cultural


é o nome dado a um conjunto de políticas que têm por objetivo ampliar a esfera de influência geopolítica de um país sobre outro (ou outros), impondo-lhe(s) a sua cultura.

Conceito

O imperialismo não pode ser visto apenas como um processo de dominação política e econômica de uma nação mais rica e poderosa sobre uma região ou um país mais pobre. Há também outra forma de dominação: o imperialismo cultural, ou seja, a imposição de valores, hábitos de consumo e influências culturais que se tornam uma espécie de padrão cultural a ser seguido pelo país dominado.Muitas vezes, o imperialismo cultural assume a forma de injetar a cultura ou a língua natural de uma nação em outra. Geralmente a primeira é uma grande potência militar ou economicamente poderosa nação. Imperialismo cultural pode se referir a uma política ativa e formal ou de uma atitude geral.

O termo é geralmente usado em um sentido pejorativo, juntamente com uma chamada de rejeição à influência estrangeira.Os impérios durante toda a história foram estabelecidos usando a guerra e o imperialismo militar. As populações conquistadas tenderam a ser absorvidas pela cultura dominante, ou adquirir seus atributos indiretamente. O imperialismo cultural é uma forma de influência cultural distinguida de outras pelo uso de força, tal como a militar ou econômica.

A influência cultural é um processo que sempre ocorre entre todas as culturas que têm contato uma com a outra. Por exemplo, as tradições musicais africanas influenciaram a música afro-americana, que por sua vez influenciou a música popular americana - mas o imperialismo cultural não tem nada a ver com essa transmissão. Similarmente, a ascensão da popularidade do Yoga (da Índia) em nações ocidentais nunca dependeu em qualquer tipo da força. Do mesmo modo, os povos de estados, nações e culturas mais pobres ou menos poderosos adaptam frequentemente e livremente práticas e artefatos culturais de sociedades mais poderosas e mais ricas sem nenhuma força estar sendo necessariamente aplicada.

Quando os povos adotam livremente as práticas culturais de outros, o uso da frase pejorativa “imperialismo cultural” se torna problemático. Quando força é ausente da influência cultural, o uso do termo “imperialismo cultural” pode facilmente transformar-se uma tática de debate que envolve radicalismo, o xenofobia e o nacionalismo latentes - as respostas emocionais à influência cultural que é presente em todas as culturas que já tiveram contato com outras em algum período da história.

Loucos e Santos


Loucos e Santos



Escolho os meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
(...)

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.

(...)


Escolho meus amigos pela alma levada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
(...)

Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e a outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, nunca esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.


(Oscar Wilde)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

As Relações Étnicas e de gêneros nos livros de História.


As Relações Étnicas e de gêneros nos livros de História.
Como podemos perceber por muito tempo a historiografia manteve uma certa exclusividade em seus estudos, direcionada para um só sexo. Espaço marcado por paisagens onde os homens exerciam seu poder e seus conflitos, empurrando para fora desses limites os lugares femininos.
Existe uma precariedade de fontes escritas com relação à história das mulheres, principalmente no período entre os séculos XVI e XVIII. Del Priore acentua essa dificuldade, ressaltando:
A tarefa não é fácil por uma simples razão: apesar de estar presente desde o início do processo de colonização, de participar da luta contra as árduas condições de vida entre os séculos XVI e XVIII, da grande variedade de lugares que ocupavam em diferentes grupos sociais, raciais e religiosos, elas não eram muito visíveis. Sua quase invisibilidade as identificava “aos debaixo”. Isso porque a maioria das mulheres era analfabeta, subordinada juridicamente aos homens e politicamente inexistente “. (DEL PRIORE, 2000,p.9).
Com isso concluímos que a mulher sofreu uma discriminação descomunal. Pensando dessa forma: Sonia Giacomini, ao afirma que: “a nossa história é branca, masculina e de classes dominantes” (1988 p.8), insinua que a nossa própria historiografia pouca produção apresenta nessa linha, tornando-se visível essa carência literária, assumindo uma postura ideológica comprometedora e pouco referenciada.
A discriminação estampada nos livros didáticos de história demonstra que ainda existe uma desvalorização da história, da cultura, atrelada ao preconceito racial construído ao longo de nosso passado histórico. Há falta de conteúdos que tratem da questão e as imagens, na maioria das vezes iconográficas, causam constrangimento e baixo-estima ao apresentarem a figura dos negros e negras na condição de escravos e escravas, geralmente sendo castigados. As imagens por si só falam, mas também contribuem para que nosso inconsciente imagético personifique os negros e negras na condição de subalternos.
Por isso se faz necessário uma discussão em relação a gênero e etnia tendo como referência os livro didáticos de História que demonstra a necessidade de reformulação dos mesmos, no que se refere a conteúdos e imagens. Esses constituem importantes ferramentas em sala-de-aula e seu uso contribui para formação de ideologias. Assim sendo, devem enfocar conteúdos e imagens que dêem condições para que todos os grupos sociais sintam-se sujeitos da história. Tais discussões advêm da Lei nº 10639/03 que estabelece obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
O livro didático tem sido, desde o século XIX, o principal instrumento de trabalho de professores e alunos, sendo utilizado nas mais variadas salas de aulas e condições pedagógicas, servindo como mediador entre a proposta oficial do poder expressa nos programas curriculares e o conhecimento escolar ensinado pelo professor.
(BITTENCOURT, 2004, p.72).
Constatou-se que ainda há muito por fazer para construir uma educação que proporcione a todos os educando o direito de se sentirem sujeitos da história. . Deve-se, pois, tomar devidos cuidados para que o ensino de história possibilite uma reflexão crítica, sem menosprezar o conhecimento acumulado no passado, mas dando possibilidades para os elementos que foram excluídos da história possam ter o direito de se conhecer e deixar-se conhecer.



Etnias e livro didático